terça-feira, 18 de setembro de 2012

A ADOÇÃO TARDIA E O DESAFIO DE AMAR - POR DORA MARTINS

http://www.radioagencianp.com.br/11084-a-adocao-tardia-e-o-desafio-de-amar



A adoção tardia e o desafio de amar


Crianças que por razão qualquer vivem tanto tempo num abrigo, e que lei nenhuma consegue tirá-las de lá, são seres plenos de esperança e medo.
Por Dora Martins*
(3’53” / 911 Kb) - Há um belo provérbio chinês que diz que “São necessários três mil anos de orações para repousar a cabeça no travesseiro com alguém que amamos”. E quantos mil anos serão necessários para amar uma criança como um filho?? Amar uma criança que não tem nossa tão acalentada herança genética, mas que tem olhos de afeto, coração pulsante e riso bonito???
 A adoção de crianças maiores é um grande desafio para quem ousa amar o outro, esse alguém para ser filho, um ser que se tem que recepcionar na alma de um modo inteiro.  Cresce, de pouco em pouco, no Brasil, o interesse de pessoas casadas ou solteiras pela adoção de crianças maiores, acima de 3 ou 4 anos, embora o limite raramente  ultrapasse alguém com 7 ou 8 anos. É a chamada adoção tardia.
Tardia talvez para o menino ou menina que, em seu quarto dividido com tantos outros numa instituição, já tenha feito milhares de anos de orações, pedindo uma família. Tal adoção, tal jeito de constituir uma família, não é cogitada por muitos que até pensam em adotar, mas não seguem avante nessa empreitada de afeto e alteridade com esse outro ser que já fala, pensa, pede, interpela e sonha.
Crianças que por razão qualquer vivem tanto tempo num abrigo, e que lei nenhuma consegue tirá-las de lá, são seres plenos de esperança e medo. Ambos sentimentos alimentados pelo mesmo fato – onde está uma família que me leve daqui??
Você, leitor e leitora, por certo, não viveu parte de sua infância num abrigo. Nem eu. E, pois, não sabemos, de fato, como dói essa espera. E, muitos, meninos e meninas, na faixa dos 5 aos 12 anos, em dezenas de abrigos em São Paulo e Brasil afora, não se conformam com tão longa espera (ou inútil espera) e, então, se rebelam, não “se comportam bem”, são  agitados, berram, choram, pedem, exigem, não tem bom rendimento escolar, sofrem de um tal déficit de atenção e coisas que tais.
Apesar de choraram de saudades de uma mãe ausente, de se deprimirem cada vez que um bebê que vive ali é adotado, para eles não há colos suficientes e amorosos de verdade, olhares precisos e presentes, e sim, e por fim e para por fim em tanta agitação, para esses sobra uma prescrição: fluoxetina (20 mg, 1 vez ao dia), Neuleptil (4%, 1 vez ao dia), Oxcarbamazepina (2 comprimidos por dia) e Ritalina (1/2 comprimido de manhã e meio ½ comprimido à noite). 
Aos treze, catorze, quinze até os dezessete anos, aumentam-se as doses, a angústia e a rebeldia. Aos dezessete anos, onze meses e vinte e nove dias de vida, exige-se desses meninos e meninas estarem aptos para a chamada autonomia, e a um passo da rua, para um mundo desconhecido que os quer, enfim, cidadãos cônscios de seus deveres. Você conseguiria??
*Dora Martins é membro da Associação Juízes para a Democracia e da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.
FONTE: http://www.radioagencianp.com.br/11084-a-adocao-tardia-e-o-desafio-de-amar


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

SAUDADE - MACHADO DE ASSIS


SAUDADE.
Por que sinto falta de você? Por que está saudade?
Eu não te vejo mas imagino suas expressões, sua voz teu cheiro.
Sua amizade me faz sonhar com um carinho,
Um caminhar, a luz da lua, a beira mar.
Saudade este sentimento de vazio que me tira o sono
me fazendo sentir num triste abandono, é amizade eu sei, será amor talvez...
Só não quero perder sua amizade, esta amizade...
Que me fortalece me enobrece por ter você.
Machado de Assis

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mulher é condenada por fingir orgasmos - Pode???


A publicitária Mara Rocha, de 23 anos, recebeu a condenação em primeira instância por simular orgasmos. O autor do processo disse que teve sua honra ferida após sua ex-mulher ter publicado em uma rede social o seguinte: "Fingir orgasmos... quem nunca?".
Depois da postagem, o caso repercutiu no círculo de amizades dos dois. Ao cobrar explicações de Mara, Carlos Cavalcanti, de 43 anos, recebeu a seguinte resposta: "Não citei nomes, mas se a carapuça serviu, fique à vontade". Após isso, a publicitária ainda provocou o ex-marido: "O infeliz ao invés de ficar tentando satisfazer seu ego deveria é aprender a satisfazer uma mulher na cama".
O juiz Antonio Ribeiro Rocha, do 2º Juizado Cível de Vitória, aceitou a denúncia por difamação e calúnia, condenando Mara a indenizar o ex-marido em dez salários mínimos.
"Ele é tão consciente de sua incapacidade que só me processou por injúria e difamação, porque calúnia ele sabe que não é", provocou a moça novamente.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

LUTAR POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO É UM DIREITO DO TRABALHADOR

Demitido por justa causa por supostamente fomentar um protesto por melhores condições de trabalho, um cortador de cana do interior de São Paulo receberá todas as verbas rescisórias a que tem direito e será indenizado por dano moral em razão de ofensas sofridas. Ao negar provimento a agravo dos empregadores, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) no sentido de que a dispensa se deu em retaliação a sua participação no movimento.
Afinal, no estado democrático de direito como o Brasil, que tem o principio da dignidade da pessoa humana como norma basilar do nosso ordenamento jurídico, a proteção do trabalhador na luta pelas  conquistas de melhores condições de trabalho deve ser plena.