quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MUTIRÃO CARCERÁRIO - RAIO-X DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO




Você já imaginou como é o interior de um presídio no Brasil? Se tiver estômago acesse o link abaixo.

http://www.cnj.jus.br/images/pesquisas-judiciarias/Publicacoes/mutirao_carcerario.pdf

De mitos e fantasias alimenta-se o imaginário popular sobre as prisões. Nossas ideias flutuam entre 
a existência de hotéis cinco estrelas e de pedaços do inferno, enquanto os cárceres se enchem cada 
vez mais de pessoas, muitas das quais pedem uma segunda ou terceira oportunidade que lhes 
permita situar-se de modo diferente perante o mundo.
Continuamos a abarrotar nossas prisões, tranquilizados pela ilusão eficiente de diminuir a 
delinquência, pondo atrás das grades os violadores das normas penais, mas não raro esquecidos 
da condição de seres humanos dos que, subtraídos momentaneamente do nosso convívio, 
abandonamos depois dos muros.
Uma reta consciência e uma preocupação social responsável nos indagam: o que esperamos 
de nossas penas e de nossas prisões? Cuidamos, com firmeza, que condenados podem voltar 
a integrar a sociedade com atitude respeitosa às normas jurídicas? Inquieta-nos o tratamento 
degradante que, como expressão do valor coletivo reconhecido à dignidade humana, lhes 
é reservado? Ou satisfaz-nos o alívio temporário que vem à sensação da contínua, mas 
insignificante e infrutífera desocupação das ruas?
Esta publicação, fruto do intenso trabalho dos chamados Mutirões Carcerários levados a efeito 
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ há quase quatro anos, argui-nos a consciência e, à vista 
de cenas da perversa realidade prisional brasileira, reafirma a necessidade de urgente e profunda 
reforma das prisões e do sistema de justiça criminal como um todo, para remediar as condições 
pessoais e as estruturas físicas de encarceramento, bem como de prover os recursos humanos 
indispensáveis, como requisitos de possibilidade de reabilitação e reinserção 
dos habitantes desse universo.
Doutro modo, perpetuar-se-á a lamentável situação retratada, em que pessoas que cumprem 
condenações perdem, não apenas a liberdade, mas, sobretudo, as perspectivas de retomada de 
vida condigna e socialmente útil, quando a Constituição da República convida todos a construir 
uma sociedade justa e solidária, enraizada no respeito à dignidade da pessoa humana.
Ministro CEZAR PELUSO
Presidente do CNJ e do STF

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